Amamos os pais ativos!!!!

"Amamos os pais ativos!"
Ousaria dizer que poderia ouvir essa frase de TODAS as mães desse mundão.
Nesse post, a Ligia Moreiras Sena do www.cientistaqueviroumae.com.br escreve lindamente sobre essas transformações da paternidade nos nossos tempos.

http://www.cientistaqueviroumae.com.br/2013/04/pais-nossos-quando-o-homem-decide-se.html


Pais nossos: quando o homem decide se entregar à paternidade

Como é bacana ver um pai ativo. Um pai envolvido, disposto a se embrenhar na criação dos filhos tanto quanto a mãe. Acho lindo. Comento com as pessoas quando conheço um pai desses, valorizo, destaco a importância, falo sobre.
"O cheiro da casa, o cheiro do quarto, era uma coisa muito marcante.
A gente não comprou aquela essência, ela apareceu do nada".
Mas não deveria ser assim.
Não deveria mesmo.
Deveria ser natural... deveria ser comum, frequente.
Deveria ser tão natural quanto ver uma mãe ativa.
Deveria ser a regra.
Mas, sabemos... Não é.
Estamos vindo de um processo histórico em que a paternidade representou, por muito tempo, a provisão material, o colocar dinheiro para dentro de casa, o trabalho do homem fora, chegando tarde, para sair cedo no dia seguinte, dizendo ser esse seu papel na família: o sustento, o prover. E tá muito bom, obrigada, não me amole, estou fazendo meu dever como pai.
Esse era o homem de família, o pai de família dedicado e cumpridor do seu dever.
Mas como a fila anda e a história também, muita coisa vem mudando na estrutura social desde as décadas de 60, 70, mesmo que a passos lentos.
Talvez nem tão lentos...
Tenho 34 anos. E fui criada - aquela criação mesmo, pra valer, diária, de amor, beijo, briga, bronca, ensinamento do dia a dia - por  minha mãe. Sou muito amiga do meu pai, nos damos muito bem, mas criação mesmo eu recebi dela. E isso também porque ele era aquele pai comum do meio urbano dos anos 80. Levantava cedo, se arrumava, ia para o trabalho, voltava à noite, trazia um chocolate, assistia Jornal Nacional, dormia e recomeçava tudo no dia seguinte. Não se interessava muito pela criação em si. Nunca me agrediu, xingou ou foi violento, nem mesmo verbalmente. Pelo contrário, foi sempre muito carinhoso, afetuoso e amigo. Mas pai perto da gente, pra valer, era só no fim de semana. Esperávamos ansiosas para estar com ele, tão raras eram as oportunidades. Pai para mim era isso. Claro que poderia ter sido aquela variação de pai que trabalha fora o dia inteiro e, ainda assim, se envolve ativamente, dá o jantar para os filhos, dá o banho, troca a fralda, coloca o pijama, conta uma história, acorda durante a madrugada para dar um colinho e tal. Mas não foi. E para mim - e a grande maioria dos meus amigos de infância - essa era a regra.
Mas agora, não é mais regra não.
Três décadas se passaram e hoje minha filha tem um pai que é tão presente quanto eu, em todas as questões. E muitos dos meus amigos já pais também são assim. Acho que a  maioria. Envolvidos, ativos, presentes, participativos. Gente que esteve junto e misturado durante a gravidez, que se disse grávido, que estudou sobre o parto, que amamentou junto, que desmamou junto, que dormiu junto, pai pra valer, pai de madrugada, pai de cólica, pai de dentinho nascendo, pai que sabe ler o choro, que conhece os diferentes tons de chamado, que entende de cocô, pai. Pai. De verdade. Assim. P-A-I.
Tenho visto que a maternidade ativa, de modo geral, não vem sozinha. Ela vem fortemente acompanhada, apoiada, sustentada e enriquecida pela paternidade ativa. Mesmo porque, acredito piamente na relação direta entre maternidade ativa e empoderamento feminino. Quanto mais empoderada, mais realmente envolvida nas questões sobre filhos está uma mulher, mais exigente ela se torna. Que mãe questionadora, ativa, investigadora do que é melhor para seu filho, seletiva, conectada aceita uma paternidade mais ou menos? Poucas. E mesmo as que aceitam, aceitam por pouco tempo. Logo se cansam e percebem que podem tocar a vida sozinhas e muito bem, obrigada.


"Eu tava cuidando do bebê e dela ao mesmo tempo, que ela também
não estava muito legal. Mas eu tinha a experiência da minha primeira
filha"
Nesse fim de semana, teve mais um Bazar Coisas de Mãe aqui em Florianópolis, aquele evento do qual sou uma das fundadoras e que está em funcionamento há mais de 2 anos e meio. E a quantidade de pais ativos que encontrei foi algo assim... realmente especial. Homens que sabem absolutamente tudo sobre o que está acontecendo na vida dos filhos, quais os saltos de desenvolvimento pelos quais estão passando, que cuidam deles tanto quanto as mães e mostram-se conectados, interessados. Que escolhem a roupinha pensando se vai prender o movimento, que perguntam sobre os ingredientes do alimento, que perguntam sobre um determinado livro e se interessam em aprender como dar banho de balde no bebê. Pais que mudaram de vida para estar mais presentes, que conhecem os componentes utilizados na fralda que seus filhos usam, que amarram seus slings e vão fazer pão.
E eles são cada vez mais numerosos. 
Na própria fan page deste blog  há uma grande quantidade de homens assim, o que me deixa muito otimista e feliz. 
Lembro-me que, em 2010, quando minha filha tinha apenas três meses, nós organizamos em nossa casa um Baby Ballads - nome que demos brincando e pegou. Juntamos uns quatro ou cinco casais com bebezinhos bem novinhos e crianças e fizemos uma festinha noturna em nossa casa. Aqui no blog tem o relato disso, com foto e tudo, só não procurei o link. Aquilo nos uniu muito. Hoje somos todos amigos e fazemos questão de nos encontrar, ainda que demore um pouco em função do corrido da vida. Uma dessas amigas - hoje com dois filhos, um nascido de cesárea e a outra de parto normal 1 ano e três meses depois, cujo relato de nascimento também está aqui no blog -, certa hora, entrou e comentou: "Os homens estão lá na churrasqueira reunidos, conversando. Não quis interrompê-los. Estão muito empolgados conversando sobre... parto". 
Sim, eles conversam sobre parto, sobre filhos, sobre coisas que pertencem ao universo de todos os seres humanos, mas que por uma questão de valores patriarcais, arcaicos, machistas, eram considerados como exclusivamente pertencentes ao universo feminino... Como se amor fosse seletivo e escolhesse gênero. Como se amor pelos filhos estivesse nos ovários ou nos testículos e não na essência de um ser humano.

Então agora eu vou parar por aqui para que você possa usar seu tempo para ouvi-los.  
Muitas mulheres se reúnem sempre para compartilhar suas histórias de parto, de gestação, maternidade, em rodas de conversa, bate-papos, grupos e tal. Mas poucas vezes os homens fazem isso - e será lindo quando isso se tornar mais frequente. Lindo e empoderador. A revolução feminista que se iniciou nas décadas de 60 e 70 continua em andamento, estamos aí, braços fortes em riste com punhos cerrados lutando por nossos direitos, pelo respeito e pela equidade de gênero. E eu acredito sinceramente que o que falta agora é a revolução do homem. Não a revolução do macho, que esse aí já se tornou obsoleto e caricato. A revolução do homem que assume de fato todas as partes da sua vida. Inclusive as lindas experiências que só a paternidade ativa pode oferecer.

Assista a esse vídeo. É uma roda de homens que conversam sobre a gestação e o parto da companheira. Eu adoro ouvi-los. Eles são sinceros, envolvidos e estão à vontade para contar sobre suas experiências na gestação e parto. Eles são tudo de bom.
Que isso se torne cada vez mais frequente.
Que os homens assumam de uma vez a parte que lhes cabe nesse feliz latifúndio onde criamos seres humanos para a vida.


http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=xnsb2gZkNho

"Ele acordava e a mãe nem acordava. Eu pegava o bebê do berço, ele chorava, eu já sabia, tá com fome. Ia lá, tirava o seio dela, colocava na boca dele, ele mamava, ela dormindo, aí quando ele soltava o peito eu ia lá, botava ele pra arrotar e pá, e botava na cama. E aí no dia seguinte ela me perguntava: 'E aí, ele mamou quantas vezes?' Tipo assim..."
Só entende a delícia disso quem passou centenas de noites acordando para amamentar.
Inspirem-se! Vale a pena.



Mamatraca agora também na UOL!

Nessa semana, uma notícia que nos traz esperança de que o cenário atual da maternagem no Brasil vai mudar.
Práticas violentas no parto e desumanas nos recém-nascidos, dilemas angustiantes entre maternidade e carreira, condutas infames de não apoio ao aleitamento materno, infância livre de comsumo, crianças abduzidas pelas telas de ipad, ipod, tv, alimentação consiente e saudável, maternagem com apego criando gente segura e amorosa.
Esses são uns dos temas que o Mamatraca sempre debateu e agora também "em rede nacional", no site da UOL.
Esse é o nosso fôlego de esperança da semana e do ano!
Longa vida ao Mamatraca na UOL!


http://mamatraca.com.br/?id=511&porque-e-importante-voce-compartilhar-esse-link#post_comments

PORQUE É IMPORTANTE VOCÊ COMPARTILHAR ESSE LINK?

É camaradagem materno-internética...

Depois de quase dois anos de trabalho ardente o Mamatraca atinge um novo patamar. Fomos convidadas para levar nosso trolóló materno para o UOL. Para quem não sabe o UOL é o maior portal de notícias do Brasil. E isso é duma importância danada.

Primeiramente porque a gente está toda-toda, naqueles momentos da ego trip que demoram para passar. Umas falam em enquadrar o print da home do UOL e colocar na sala. Outras sonham com tudo o que há por vir dessa nova fase e é aí que chegamos num consenso: há muito por vir, e a gente quer fazer bonito.

Deixando o egocentrismo de lado, estamos contentes porque de alguma forma nos sentimos representantes de alguns grupos específicos da internet materna. E se isso era somente uma suspeita, uma vez que o Mamatraca nasceu com essa cara, màes diferentes, falando dos mesmos assuntos, confirmou-se depois do delicioso convite. As mulheres de negócios, as plantadoras de tomate, as que curtem um lazer com filhos, as ripongas, as que querem parir na porta, as que tem medo da dor do parto, aquelas que viajam sempre, aquelas que nunca viajam, quem gosta de tevê, quem não põe na escola, quem troca brinquedos, quem não troca nada (nem fraldas), todas unidas por uma única razão: carregam a tag "mãe" quando falam de si mesmas.

É claro que o Mamatraca não representa todos os aspectos e cobre todas as nuances da viagem majestosa que é a maternidade (nem tampouco temos a intenção de, que chatice seria contemplar tudo), mas entendemos que essa nova etapa vem de encontro com algo que queríamos muito: voz.
Para as Mamatracas fundadoras, as Mamatracas convidadas, as leitoras, as comentaristas. Voz para as mães que estão na internet.

Então pensamos, a gente poderia fazer uma campanha de fotos no FB : Eu sou mãe e o Mamatraca me representa. Vocês poderiam imprimir camisetas e ir às ruas, tirar fotos e compartilhar horrores na internet. Mas alguém já tinha tido essa ideia, por um outro motivo menos delícia do que ter um filho para criar, e resolvemos deixar isso para lá.
 
 
Então surgiu esse simples texto, agradecendo a todos que nos acompanharam desde o início, celebrando a nova fase e garantindo que muito há por vir. E é por isso que é importante que você compartilhe esse texto. Conte para suas amigas que o Mamatraca está no UOL. E que queremos levar os dilemas e maravilhas da maternidade (crítica, inteligente, bem humorada, do jeito que a gente gosta) para tantas freguesias quanto forem possíveis.

Não se esqueçam de contribuir com temas, sugestões, críticas e elogios, (muitos elogios - lembrem-se que somos partidárias dos reforços positivos!) Brincadeirinhas à parte, ganhamos um megafone, mas continuamos sendo as boas e velhas (masi boas do que velhas) Mamatracas. Por mães, para mães agora com mais espaço para falar. Vem com a gente?
Clique aqui e leia a coluna de estréia, com a Roberta Lippi contando sobre a sua (não) saudade da gravidez.
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Mudanças de padrões - partos no Brasil

Os ventos estarão mudando no cenário obstétrico brasileiro?


Por: Mari Zanotto (com a colaboração de Gabi Sallit)
em: http://minhamaequedisse.com/2013/04/os-ventos-estarao-mudando-no-cenario-obstetrico-brasileiro/
Esse post não é exatamente um post, e sim uma coletânea de referências sobre um assunto que está em pauta: a violência obstétrica e o modo como partos são feitos no Brasil. A ideia é ser um ponto de partida para que, no esquema "um-link-puxa-o-outro", mulheres (e homens, ora pois!) se informem e se preparem para as escolhas que vierem junto com a gravidez.     
Quem tiver mais sugestões de links sobre o assunto, mande para cá que a gente atualiza! 
A blogosfera me abriu os olhos para um bocado de coisas que eu encarava com a naturalidade do é assim que é. Eu fui a grávida típica que diz "quero tentar um parto normal", mas sem muita convicção. Pra falar a verdade, eu tinha certeza de que só teria cesáreas, assim como aconteceu com a minha mãe (que em suas gestações sucumbiu a dois clássicos:  a  "não-dilatação" e a "circular de cordão". Familiar para alguém?).
Contrariando as estatísticas, eu tive sorte: meu obstetra acreditou no meu desejo pelo parto normal e respeitou esse desejo. E assim tive os meus dois pequenos no hospital, em partos que já defini como "meio humanizados": com algumas intervenções que eu aceitei sem questionar muito e um tratamento cuidadoso com o RN (o que entendo hoje como parto Leboyer, confere?). De modo geral, sou muito tranquila e satisfeita com essa minha história. Mas, sabendo o que sei que hoje, posso apostar que  ela teria sido um pouco diferente...
Na primeira gravidez não questionei as práticas do obstetra: episiotomia, "sorinho" (ocitocina sintética), anestesia aplicada ainda no início da dilatação, necessidade de romper a bolsa artificialmente (o que só não aconteceu porque no exato instante em que ele disse isso minha bolsa fez PLOP!, acredite se quiser). Aceitei as intervenções e considerei que seriam para conforto e segurança de mãe e bebê. Mentira: até questionei a necessidade da episio, mas recebi de volta uma resposta científica que eu não tinha nenhuma chance de replicar. Ter lido muitas vezes que episiotomia era uma prática muitas vezes desnecessária não me preparou para lidar com uma justificativa médica bastante convincente para fazê-la (algo a ver com deslocamento da bexiga, pelo que eu me lembre). Segundo meu médico, esta é uma possibilidade bem pequena, mas séria - e portanto justifica o procedimento para minimizar os riscos. Como contraargumentar, se eu nem sabia que bexigas podem se deslocar? Minha pequena tentativa de sair do roteiro ruiu aí, derrotada pela falta de informação. (Texto da médica-obstetra Melania Amorim sobre episiotomia, aqui).
Na segunda gravidez, já mais informada, consegui estabelecer alguns limites e  desenhar um plano de parto. Até considero que as intervenções que ocorreram ("sorinho" e anestesia, dada mais tarde e em menor dose) foram escolhas minhas, tomadas de acordo com a informação que eu tinha na época. Mas sei que esta informação, embora maior, ainda tinha lacunas. Se  antes a ocitocina sintética me parecia apenas um recurso inócuo para acelerar um processo leeeento (por que não?), hoje entendo que ela não é de forma alguma igual à ocitocina natural e que essa substituição cobra um preço (matéria interessante da Pais e Filhos portuguesa sobre o assunto, aqui). Se antes eu não cogitava um parto sem anestesia, hoje eu consigo entender as motivações de quem faz (embora ainda não me veja no lugar delas, hoho!). Ainda não sei um monte de coisas, mas tenho certeza de que, se eu tivesse um terceiro filho agora, o meu plano de parto seria bem diferente.
Informação é a coisa mais importante do mundo quando estamos grávidas. Sem ela, somos vítimas fáceis do sistema obstétrico praticamente industrial que impera no Brasil hoje. Um sistema que desumaniza, despersonaliza, leva frieza ao momento que poderia ser um dos mais calorosos de nossas vidas. Eu descrevi uma história relativamente tranquila, mas ela nem se compara às histórias de horror que muitas mulheres relatam ter vivido durante seus partos. Indico muito a leitura dessa reportagem, fundamental para quem quer se informar sobre violência obstétrica e o sistema de partos que existe no Brasil hoje: Na hora de fazer não gritou, por Andrea Dip

Pois bem. Há alguns dias estive na exibição fechada do filme "O Renascimento do Parto" (ainda sem data de lançamento). O filme é uma porrada. Mostra o que o paninho azul esconde, o que as luzes do centro cirúrgico ofuscam, o que o circo das lembrancinhas, equipes de filmagem e telas de plasma abafa: partos sendo feitos de maneira assustadoramente violenta.
Mostra o que a mãe, em posição horizontal e muitas vezes com pernas amarradas, não vê: uma tesoura cortando seu períneo, rotina na maioria dos partos normais hospitalares.
Mostra a agressividade de uma cirurgia cesariana e como é um espanto que ela tenha sido tão banalizada. (Texto da Anne sobre o impacto de ver a cesárea, aqui)
Mostra - e é um choque! - o manuseio pouco cuidadoso do recém-nascido. O afastamento do corpo da mãe, as pálpebras forçadas com os dedos, a interminável sonda enfiada nariz adentro, os inacreditáveis tapas no bumbum (que eu sempre considerei que eram apenas uma lenda pitoresca, mas nunca, em hipótese alguma, uma prática de um médico contra - a palavra é essa - um bebê que acabou de nascer.)
É sempre assim? Claro que não. Mas acontece, e não é raro.
O filme escancarou para mim duas distorções muito malucas: um momento de afeto e delicadeza tratado como linha de montagem; e um processo fisiológico virando evento médico a priori, mesmo sem necessidade. E o mais maluco de tudo: a gente se acostumou. É assim que é.
Ao fim da sessão estávamos todos emocionados e, sobretudo, otimistas. Sentimos que estava ali uma chance preciosa de  mudar esse cenário. A violência obstétrica já está em pauta há algum tempo, mas VER a violência faz muita diferença. Impossível não ser tocado pelas imagens, e também pelas falas de mulheres que foram desrespeitadas ou profissionais que lutam por partos mais humanos.
O filme está em fase de distribuição e ainda não há previsão para o lançamento. Assim que uma data for confirmada a gente corre aqui para avisar!
***
Mais boas novas, direto da caixinha de novidades da sempre informada Gabi Sallit (que, pra quem não sabe, é a advogada por trás da primeira ação judicial contra violência obstétrica no Brasil):
Desde 2011 o SUS faz uma pesquisa de qualidade relativa às internações na rede - atendimento ao parto incluído. Todo paciente recebe em casa uma CARTA SUS, com o valor dos procedimentos que realizou e um campo para avaliar o atendimento que recebeu. Obstetra fez uma intervenção sem avisar, enfermeira te tratou com desrespeito, tiraram seu companheiro da sala, te esqueceram sozinha no corredor? CARTA SUS neles! Boa notícia para quem acredita que o tratamento que parturientes têm recebido em seus partos precisa começar a mudar...




Outra iniciativa é a Ouvidoria Ativa da Rede Cegonha.
Mulheres que tiveram seus partos dentro da Rede Cegonha (uma estratégia do Ministérios da Saúda para melhorar a assistência ao parto, também vinculada ao SUS) recebem uma ligação e respondem a 38 perguntas sobre atenção à saúde no pré-natal, parto, pós-parto e saúde da criança, mais seis questões relacionadas ao perfil como idade, estado civil, escolaridade e renda familiar. As usuárias são escolhidas por amostragem e mais de 50 mil já foram entrevistadas.

Tudo isso me faz constatar, com alegria, que o tema da violência obstétrica está em pauta e o cenário parece estar começando a mudar. É preciso se informar e denunciar atendimentos de má-qualidade. Esse post da obstetriz Ana Cristina Duarte ajuda a identificar a violência. Esse outro da Gabi orienta sobre como denunciá-la.

Por fim: a intenção desse post não é defender este ou aquele tipo de parto. Defendemos que mães e pais tenham o direito de escolher como querem ter seus filhos. Mas que seja um escolha de fato, baseada em informação de qualidade. Então vamos pesquisar os prós e contras de cada modelo, confrontar os médicos (de lá e de cá), entender e assumir as consequências de cada escolha que fizermos. O que tentamos aqui foi estimular o primeiro passo, o que requer mais coragem, o que é um caminho sem volta: afastar os paninhos azuis que cobrem a visão.

Mais sobre o assunto:
Você quer um parto normal? pergunte-me como!
Vídeo Violência Obstétrica, a voz das brasileiras
Mapa da Violência Obstétrica - site que recebe denúncias de abusos no parto
1:4 - retratos da violência obstétrica - projeto fotográfico que busca materializar as marcas invisíveis deixadas pela violência obstétrica

E para quem está procurando um atendimento humanizado ao parto mas não sabe onde encontrar em sua cidade, vale conferir a lista de grupos de apoio ao parto no Brasil, apoiados pela rede Parto do Princípio.

Mari é mãe de Alice e Lucas, autora do Pequeno Guia Prático para Mães sem Prática (que não é um guia, nem é pequeno, nem é mais de uma mãe sem prática, ok? Tudo mentira!) e uma das editoras do MMqD.

A trajetória fascinante de Julie Deane

Julie Deane é um exemplo para todo o empreendedorismo, em especial o empreendedorismo materno.

A trajetória dela é fascinante, e para nós da Bebêchila, é inspiradora!

E vocês o que acharam?!

Como esta mãe construiu uma marca de moda global usando o Google e 600 euros.



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Esta história foi originalmente postada no “American Express OPEN forum” e no Mashable, é realmente uma história inspiradora, que vale a pena ser lida por qualquer um que pretende começar seu próprio negócio; digital ou não.
Sabe aqueles comerciais do Google Chrome que contam histórias de empreendedores, pois bem, uma destas histórias que é veiculada nos “ads” do Reino Unido é a história de Julie Deane, uma história realmente bela e inspiradora de um pequeno negócio de bolsas bem sucedido que hoje tem projeção global na indústria de moda através da web. O que mostra que a internet é realmente o que você faz dela.
O começo
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Julie fundou a “Cambridge Satchel Company” em sua cozinha em 2008 ao lado de sua mãe.
“Foi um destes negócios que foram fundados à partir de uma necessidade porque precisava juntar dinheiro para a escola de minha filha, que estava sofrendo bulling na escola atual. Eu prometi para ela, e quando você promete algo para uma criança, não há volta.”
Assim ela desenvolveu algumas idéias de negócios que pudesse começar com 600 euros, um deles, era uma empresa de bolsas de couro. Segundo Deane é um valor bem razoável para se começar um negócio pessoal e descobrir se o mesmo pode criar suas próprias pernas ou não.
Construindo o negócio
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Decidida pelas bolsas de couro Deane sentou-se na mesa da cozinha e começou a procurar no Google por manufaturas de bolsas de mão, produtores de peças de couro, fornecedores de couro e qualquer outro fornecedor que pudesse produzir algo a partir de um “sketch” para ela. Ela vasculhou toda a internet para ter certeza que ninguém estava fazendo o mesmo que ela – algo que na era startup o pessoal chama de “ Competitor Analysis”. Quando ela teve certeza que sua empreitada era única ela foi aos manufatores para colocar a idéia em prática.
Achado o produtor da peça ela começou a trabalhar no protótipo. Com a a peça em produção ela partiu para construir um website. “ Eu não sabia nada de websites, mesmo.”, diz Deane. “Mas pensei, não deve ser difícil, deve haver um curso online.”. Ela achou um curso e passou 2 noites acordada aprendendo, na terceira noite fez o site.
“Hoje em dia todo mundo tem acesso a web, e tudo que você precisa e quer aprender está lá.”
, diz Deane. Hoje, ela dá palestras para estudantes sobre empreendedorismo, e diz a eles:
“ Você não precisa pagar ninguém para fazer seu site, SEO ou Adwords…isso é preguiça.”
Deane colocou seu site e produto em toda lista grátis que podia, das páginas amarelas e blogs de mães até o Etsy e o E-bay. “Li aquele livro “ Guerilla Marketing” que dizia que você deve tentar várias vias de marketing, se as pessoas virem seu nome vezes o suficiente, elas ficarão curiosas e irão ver o que você anda fazendo.”, diz ela.
Quando começou a vender nas cores caramelo, marrom escuro e preto, Deane começou também a engajar seus consumidores. Ela pedia a seus compradores que enviassem uma foto de suas bolsas e escrevessem um depoimento sobre o site se tivessem gostado do produto (e enviar de volta o produto se não gostassem). Ela sempre acreditou que um bom review poderia aumentar a credibilidade de seu negócio e encorajar novos consumidores a comprar. Alguns dos primeiros compradores de Deane comentaram sobre suas paixões por blogs de moda, o que mostrou um novo mundo a empreendedora.
Engajando-se com blogs de moda

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“ Eu não podia imaginar que as pessoas iam a blogs de moda com tanta frequência”.
Em um destes comentários de consumidores sobre blogs, Deane resolveu escrever à um blogueiro. Contou ao mesmo sobre sua empresa e enviou-lhe uma foto com esperança de que houvesse interesse. Ela disse que não poderia enviar uma amostra –”…talvez em 1 ano se tudo for bem, mas enquanto isso, aqui vai uma foto”
Quando o produtor de couro trabalhou em um projeto usando couro tingido de vermelho e azul marinho, Deane fez alguns modelos coloridos. Ela nunca tinha produzido peças coloridas antes pois o pedido mínimo era equivalente a seis meses de vendas. ” Se eu escolhesse a cor errada, não seriam boas notícias para a escola de minha filha.” Deane diz que as 2 cores produzidas na ocasião trouxeram o momento de inspiração que ela precisava.
“No momento que coloquei-as a venda elas sumiram e ficou claro que este era o caminho”
Durante os últimos anos Deane trabalhou agressivamente com blogueiros de moda e fashionistas em ascenssão patrocinando-os e presenteando-os com modelos de suas coleções causando buzz orgânico.
A “Cambridge Satchell” construiu um forte relacionamento com estes blogueiros, inclusive produzindo peças baseadas em pedidos dos mesmos, o que permitiu que Deane pudesse aparecer na mídia tradicional. A Cambridge Satchel virou uma febre entre os fashionistas e a empresa cresceu graças aos buzz em social media e o “boca-a-boca” em blogs especializados.
Em Setembro de 2011 a “Elle” do Reino Unido entrou em contato, pedindo que Deane produzisse uma peça brilhante para um novo “trend” fluorescente que estava por vir. Sempre disposta a capitalizar-se com novas oportunidades Deane produziu as peças e enviou à blogueiros que estivessem cobrindo a semana de moda de Nova Iorque. “Quando as luzes se apagaram e começaram os desfiles, as bolsas pularam”, diz Deane. “Assim ficamos famosos; o “New York Times” e o “New York Post” nos chamaram do “estilo de rua na semana de moda de Nova Iorque”.
E claro, os blogueiros deram destaque ao produto online também. O sucesso no fashion week em 2011 atraiu grandes varejistas como a Sacks e Bloomingdales que trouxeram o produto as vitrines chamando-o de “ The Brit it bag” durante o Fashion Week em fevereiro de 2012. Foi um grande momento para nós, ficamos realmente conhecidos”, diz Deane.
E o Google nos ligou
O barulho do Fashion Week não passou desapercebido, apenas alguns meses após o evento a BBH de Londres, agência do Google, entrou em contato. Eles perguntaram por fatos e pela história do negócio dizendo que a empresa estava sendo cotada para uma grande oportunidade de mídia.
“ Não tinha ideia do que eles estavam falando, já estava ficando preocupada.”, lembra Deane.
Depois de assinar um enorme “NDA”, Deane descobriu que o cliente era o Google e que a Cambridge Satchel estrelaria um dos filmes da campanha “ A internet é oque você faz dela.”
“Julie viu a internet como fator chave de seu  sucesso”
“ Julie viu a internet como fator chave para seu sucesso”, diz Rich Pleeth, Gerente de Marketing para o Consumidor do Google. “ Foi por isso que construímos o Chrome, – para que pessoas e negócios como o de Deane tivessem uma experiência rica com a web.” Era o casamento perfeito das histórias.
Deane construiu um grande impulso para seu negócio florescer através da web, e mais especificamente através do Google. “ Desde o primeiro momento que tentei encontrar meus fonecedores, até as campanhas em adwords, os analíticos e o Google tradutor (para emails à outros países), usamos todas as ferramentas; esta é uma versão muito honesta de como a Satchel começou, sempre fiquei muito confortável com tudo isto, em nenhum momento foi difícil.” explica Deane.
Views do Video no Chrome e no Youtube
CSC-traffic

“Recebi tantos emails fantásticos sobre isso”, diz Deane. Mas, mais que isso ela viu o tráfego e as vendas crescerem exponencialmente graças ao anúncio que foi ao ar em Dezembro de 2012.
O vídeo que teve cerca de 5.3 milhões de views foi responsável por parte dos 400% de aumento em vendas somente no Reino Unido.
Como se o Google ainda não tivesse sido generoso o suficiente, a equipe do Google deu uma “força” melhorando o SEO, os analíticos, fazendo uma página corporativa grátis no Youtube, otimizando o site para mobile e traçando uma estratégia em social media ( baseada em G+, claro!)
“Está mais que comprovado que empresas que constroem seus negócios online fazem-os crescer de 4x a 8x mais rápido do que empresas que não os fazem.”
,diz Pleeth, do Google.
Hoje, a Cambridge Satchels vende em mais de 190 pontos de venda, está presente em 100 países, e fatura aproximadamente 16 milhões de dólares por ano.

Devolvendo aos blogueiros

blogger-lounge
Durante o Fashion Week de Londres, Deane abriu sua primeira loja física no Londres Convent Garden. Uma loja de dois pisos, onde a parte de baixo é inteira dedicada aos blogueiros de moda.
“ Tenho certeza absoluta que os blogueiros foram as pessoas que começaram meu negócio.”
,diz Deane.
“ Eles são grupos de pessoas que não tem escritórios, e você vai vê-los sentados em Nova Iorque ou aqui em Londres no Starbucks escrevendo seus artigos.” Agora, pelo menos em Londres eles tem o “quartel” deles, onde podem escrever, tomar seu chá, navegar na web, socializar, e é claro, usar seus “smartphones” para twittar e “instagrar” a próxima grande tendência.
“ Estou muito feliz com este espaço, acho que é um meio muito tangível de agradecer a comunidade que tanto me ajudou.” ,diz Deane.
O que aprendemos com a “Escola de empreendedorismos de Julie Deane”:
1- Corra o risco.
2- Seja seu próprio recurso, faça sozinho tudo que puder.
3- Conheça sua audiência, seu comportamento e onde gastam seu tempo.
4- Não dê seu produto ou venda-o barato. Presentes estratégicos podem ir longe.
5- Busque oportunidades, elas não cairão do céu.
6- Engage-se com seus fãs, ofereça-os um “pedaço” de sua notoriedade.
7- Seja autêntico – Julie twitta sobre seu cachorro Rupert.
8- Agarre-se a web e as plataformas que existem ali.
Uma dica final não de Julie, mas de quem escreve:
Pare de pensar e comece! Seu negócio só ganha forma de verdade, depois que passa a existir!

Bebêchila em parceira com o portal Gemelares!

A Bebêchila sempre recebeu muitos chamados de clientes grávidas ou mães de gêmeos ou múltiplos. Isso sempre nos encheu de alegria e também de desafios!

Fizemos ao longo do tempo várias adaptações nos produtos da Bebêchila para que eles pudessem contemplar também as famílias de múltiplos.

É certo que, se para apenas um bebê a Bebêchila ajuda muito nos passeios, com mais de um bebê esse apoio é ainda maior. Uma mãe com dois ou mais bebês novinhos pode vir a sentir insegurança de sair para uma consulta ou para um passeio.

E é nesse momento que a Bebêchila contribui: na hora de preparar a bebêchila, ela vai ajudar a lembrar de tudo o que vai precisar (https://www.youtube.com/watch?v=Woow2C2GtLg) e na hora do passeio ela vai sentir  muito mais conforto do que uma bolsa comum, além da sensação de que ela dará  conta de seus filhotes.

Nesse mês então, iniciamos uma alegre parceria com o portal Gemelares,  da Juliana Doerner, mãe dos gêmeos Pietro e Pierre, hoje com 3 anos e 2 meses. Segunda ela, "quando estava grávida de gêmeos observei a falta de realidade dessas futuras mamães. Precisava existir tudo em apenas um lugar. Como por exemplo o dia a dia, decoração de quartos e adaptação da casa, cobertura de festas reais, entrevistas com pais e médicos, vídeos de receitas, entre outros.
Assim o site nasceu, com o propósito de ser uma revista virtual para as famílias Gemelares. Dando auxílio diário as mamães e aos papais.
"

Em breve anunciaremos mais novidades dessa parceria! Aguardem....!!!